[Intro]
É... Ah... Yo, yo...
Cada noite é um cinema na minha cabeça, tá ligado?
Meu travesseiro vira palco, e a mente não sossega não...
[Verse 1]
Sonhei que tava nadando numa piscina de açaí,
Com peixe-boi de óculos escuro me dando bom dia.
Do nada, um polvo gigante veio me cobrar aluguel,
E eu sem grana, oferecendo meu chinelo de dedo como colateral.
O bicho riu, cuspindo tinta roxa no meu pé,
E eu acordei com o gato lambendo meu dedão.
Essa vida é um circo sem lona, mano!
[Verse 2]
Teve noite que virei rei do brega-funk intergaláctico,
Cantando no estádio de Marte pra alienígena careca.
Minha nave era uma fritadeira voadora cheirando batata,
Mas o combustível acabou no meio da Via Láctea.
Caí numa nuvem de algodão-doce cósmico,
E os ETs rindo: "Earth man, pagou boleto?"
Acordei com o despertador gritando: "VEM PRO TRAMPO, ÍNDIO!"
[Verse 3]
No último pesadelo, eu tava fugindo de uma torradeira raivosa,
Ela cuspindo torrada queimada e conta de luz atrasada.
Pulei no telhado da vizinha, onde as telhas viraram biscoito,
E o vento soprou: "Isso aqui é perigo, muié!"
Quando ia cair, gritei pro meu travesseiro: "ME SALVA!"
E ele abriu as asas, feito frango assado no Natal.
Acordei com o cheiro de pimenta... Coisa de outro mundo.
[Outro]
Por isso durmo de capacete e luva de boxe,
Com um alho embaixo do travesseiro e revista de HQ.
Se o sonho vier com trampo ruim, eu tô pronto pra briga:
"Aqui é o rei da zoeira, seu besta! Vai pra outra freguesia!"