[Intro]
Yeah, yeah
Funk da periferia
É a voz de quem ninguém queria ouvir
[Verse 1]
Na viela o dia nasce antes do sol se levantar
Mãe acorda às cinco e pouco, sai pra limpar o lugar
O moleque ajuda em casa, corre pra escola a pé
Mas o caderno tá vazio, falta livro e falta fé
Na TV chamam de “caso perdido”, “área de risco”
Mas não mostram o seu João vendendo doce no domingo
É gente simples, trabalhador, só querendo um trampo fixo
Mas o CEP vira sentença, tipo erro de registro
[Pre-Chorus]
Nós não queremos pena, nós queremos condição
Respeito na palavra e justiça na ação
Se olhassem mais de perto, iam ver no dia a dia
Que o amor mora também dentro da periferia
[Chorus]
Esse é o funk da periferia
De quem carrega o mundo e ainda encontra alegria
É desigualdade, é dor, é opressão todo dia
Mas tem sorriso verdadeiro na quebrada que brilha
É o funk da periferia
De quem só quer respeito, emprego e cidadania
A maioria aqui é gente de bem, é família
Só pedindo uma chance pra mudar a própria história um dia
[Verse 2]
É sirene rasgando a noite, porta no chão sem explicação
Criança assustada, chorando, tremendo no fundo do colchão
Polícia entra sem mandato, confundindo morador com ladrão
Mas quando a bala erra o alvo, ninguém assume a missão
É preconceito na entrevista só de olhar o endereço
Se tem pele preta e fala “mano”, já tratam como avesso
Mas é o mesmo cara que divide o pouco, que dá o ombro pro amigo
Se o sistema desse espaço, ele virava até abrigo
[Pre-Chorus]
Nós não queremos luxo, só queremos opção
Direito à escola, à saúde, menos humilhação
Se escutassem nossa voz sem filtro e covardia
Iam notar que o que falta é oportunidade todo dia
[Chorus]
Esse é o funk da periferia
De quem carrega o mundo e ainda encontra alegria
É desigualdade, é dor, é opressão todo dia
Mas tem sorriso verdadeiro na quebrada que brilha
É o funk da periferia
De quem só quer respeito, emprego e cidadania
A maioria aqui é gente de bem, é família
Só pedindo uma chance pra mudar a própria história um dia
[Bridge]
É o esquecido no relatório, o “dado” que ninguém quer ler
Mas por trás de cada número tem um rosto e um porquê
É a dona Ana que reza, pedindo pra filho voltar
É o seu Pedro que sonha com carteira pra assinar
[Verse 3]
Se o asfalto não chegou, nós constrói no chão batido
Se a porta se fechou, nós abre outra, é o sentido
Não é pedido de favor, é cobrança de direito
Periferia é coração batendo forte dentro do peito
[Chorus]
Esse é o funk da periferia
De quem carrega o mundo e ainda encontra alegria
É desigualdade, é dor, é opressão todo dia
Mas tem sorriso verdadeiro na quebrada que brilha
É o funk da periferia
De quem só quer respeito, emprego e cidadania
A maioria aqui é gente de bem, é família
Só pedindo uma chance pra mudar a própria história um dia