[Intro] Yeah, yeah É a favela que fala Mas hoje quem canta é a voz da quebrada [Verse 1] Acordo cedo, busão lotado, sonho apertado no meio do chão Mãe faz milagre com pouco dinheiro, dividindo o pão na mesma mão No noticiário só falam de nós quando é pra apontar o dedo Mas nunca mostram a dona Maria limpando a rua pra pagar o aluguel do mês inteiro Vi parceiro bom se perder, sem ter opção, sem ter estudo Sistema fecha as porta e depois pergunta por que que nasce mais um absurdo É tiro pra cima, sirene ligada, criança cresce sem ter amanhã Mas mesmo ferido, o povo resiste, segue de pé, não solta o amanhã [Chorus] É a vida na laje, no beco, no morro Onde o grito do povo vale mais que o ouro É lágrima, é luta, é fé pra continuar Favela não se cala, veio pra se levantar Nós é muito mais que estatística na TV Tem sorriso, tem família, tem vontade de crescer No meio da opressão, sem deixar de sonhar A voz da periferia não vão silenciar [Verse 2] Tem polícia entrando sem mandado, porta quebrada, tudo no chão Mas quando a gente pede escola e saúde, dizem “calma, não tem orçamento, irmão” Enquanto isso, lá no alto prédio, nego brinda com vinho importado Fala de “mérito” sorrindo, mas nunca sentiu o peso de um prato vazio atrasado É bala perdida achando sempre o mesmo corpo certo É cor da pele virando alvo mesmo de longe, mesmo de perto Mas no baile a gente esquece um pouco, junta as ferida e começa a dançar Porque ninguém tira da favela o direito de sorrir e acreditar [Chorus] É a vida na laje, no beco, no morro Onde o grito do povo vale mais que o ouro É lágrima, é luta, é fé pra continuar Favela não se cala, veio pra se levantar Nós é muito mais que estatística na TV Tem sorriso, tem família, tem vontade de crescer No meio da opressão, sem deixar de sonhar A voz da periferia não vão silenciar [Bridge] Se o mundo lá de cima insiste em não enxergar A verdade da quebrada vai explodir nesse lugar É som de resistência, não é moda nem refrão É o desabafo de uma mãe orando pelo filho no portão [Verse 3] Tem menino que só quer caderno e uniforme pra estudar Mas vê o pai sem emprego e pensa em desistir de tentar Por isso eu canto bem alto, pra geral escutar: Tem futuro na favela, não vão nos desclassificar [Chorus] É a vida na laje, no beco, no morro Onde o grito do povo vale mais que o ouro É lágrima, é luta, é fé pra continuar Favela não se cala, veio pra se levantar Nós é muito mais que estatística na TV Tem sorriso, tem família, tem vontade de crescer No meio da opressão, sem deixar de sonhar A voz da periferia não vão silenciar [Outro]