Voz da Quebrada
23 days agoAria s1
[Intro]
Yeah, yeah
É a favela que fala
Mas hoje quem canta é a voz da quebrada
[Verse 1]
Acordo cedo, busão lotado, sonho apertado no meio do chão
Mãe faz milagre com pouco dinheiro, dividindo o pão na mesma mão
No noticiário só falam de nós quando é pra apontar o dedo
Mas nunca mostram a dona Maria limpando a rua pra pagar o aluguel do mês inteiro
Vi parceiro bom se perder, sem ter opção, sem ter estudo
Sistema fecha as porta e depois pergunta por que que nasce mais um absurdo
É tiro pra cima, sirene ligada, criança cresce sem ter amanhã
Mas mesmo ferido, o povo resiste, segue de pé, não solta o amanhã
[Chorus]
É a vida na laje, no beco, no morro
Onde o grito do povo vale mais que o ouro
É lágrima, é luta, é fé pra continuar
Favela não se cala, veio pra se levantar
Nós é muito mais que estatística na TV
Tem sorriso, tem família, tem vontade de crescer
No meio da opressão, sem deixar de sonhar
A voz da periferia não vão silenciar
[Verse 2]
Tem polícia entrando sem mandado, porta quebrada, tudo no chão
Mas quando a gente pede escola e saúde, dizem “calma, não tem orçamento, irmão”
Enquanto isso, lá no alto prédio, nego brinda com vinho importado
Fala de “mérito” sorrindo, mas nunca sentiu o peso de um prato vazio atrasado
É bala perdida achando sempre o mesmo corpo certo
É cor da pele virando alvo mesmo de longe, mesmo de perto
Mas no baile a gente esquece um pouco, junta as ferida e começa a dançar
Porque ninguém tira da favela o direito de sorrir e acreditar
[Chorus]
É a vida na laje, no beco, no morro
Onde o grito do povo vale mais que o ouro
É lágrima, é luta, é fé pra continuar
Favela não se cala, veio pra se levantar
Nós é muito mais que estatística na TV
Tem sorriso, tem família, tem vontade de crescer
No meio da opressão, sem deixar de sonhar
A voz da periferia não vão silenciar
[Bridge]
Se o mundo lá de cima insiste em não enxergar
A verdade da quebrada vai explodir nesse lugar
É som de resistência, não é moda nem refrão
É o desabafo de uma mãe orando pelo filho no portão
[Verse 3]
Tem menino que só quer caderno e uniforme pra estudar
Mas vê o pai sem emprego e pensa em desistir de tentar
Por isso eu canto bem alto, pra geral escutar:
Tem futuro na favela, não vão nos desclassificar
[Chorus]
É a vida na laje, no beco, no morro
Onde o grito do povo vale mais que o ouro
É lágrima, é luta, é fé pra continuar
Favela não se cala, veio pra se levantar
Nós é muito mais que estatística na TV
Tem sorriso, tem família, tem vontade de crescer
No meio da opressão, sem deixar de sonhar
A voz da periferia não vão silenciar
[Outro]