HADES — FADO DO SUBMUNDO
[Intro – voz grave, lenta, eco profundo]
Silêncio…
Antes do trovão de Zeus,
Antes do mar de Poseidon,
Antes do metal divino…
Eu já reinava.
O submundo não grita.
Ele observa.
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[Verso 1]
Não nasci pra aplauso, nasci pra sentença
Enquanto eles brilham, eu carrego a balança
Fado escrito em pedra, não em promessa
Sou o fim da estrada, não a esperança
Eles chamam de sombra, eu chamo de ordem
Todo rei tem um trono, o meu é feito de mortos
Não preciso do céu pra provar meu valor
Meu domÃnio é eterno, não depende do sol
Zeus tem o raio, mas vive da fúria
Poseidon tem o mar, mas afoga na ira
Eu tenho o tempo, o silêncio e a dor
Quem governa o fim, governa o pavor
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[Pré-Refrão – crescente, pesado]
Carrego o peso que ninguém quer segurar
Enquanto eles sobem, eu fico pra julgar
Não sou vilão, sou necessidade
Sem morte, não existe divindade
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[Refrão – forte, épico, marcante]
Eu sou Hades, rei sem coroa dourada
Meu poder não reluz — ele cala
Irmão mais velho, mas nunca o mais fraco
O submundo se curva quando eu dou um passo
Fado não mente, destino não erra
Sou o juiz quando acaba a guerra
Eles temem meu nome, evitam meu olhar
Porque até deuses…
Precisam passar.
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[Verso 2]
Não busco trono acima das nuvens
Meu reino é real, não vive de ilusão
Enquanto Zeus grita, eu resolvo em silêncio
Autoridade não pede atenção
Adamantine corre no sangue da guerra
Mas eu caminho firme, sem pressa
Quem controla o fim não corre do inÃcio
Eu aceito o destino, assino o juÃzo
No Ragnarok, não luto por glória
Luto pela ordem que sustenta a história
Se o mundo cair, vai cair com sentido
Não por caos…
Mas por equilÃbrio.
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[Ponte – voz baixa, quase sussurrada]
Rei que não sorri…
Rei que não foge…
Rei que aceita o peso…
Que nenhum deus suporta.
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[Refrão Final – mais intenso]
Eu sou Hades, o fado encarnado
Não peço respeito — ele é imposto
Se o fim chegou, fui eu quem chamou
Porque até os deuses…
Devem pagar o custo
Submundo não é medo, é verdade
Sou a sombra que sustenta a luz da cidade
Quando tudo acaba e não resta nada mais…
Meu reino começa.
E ele nunca cai.
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[Outro – eco, grave]
Lembre-se…
O céu pode cair.
O mar pode secar.
Mas o submundo…
Sempre espera.