Entrei pra trabalhar, só queria meu pão,
Mas ali encontrei o peso da exclusão,
Olhares frios, risadas no salão,
Palavras cortando mais que faca no chão.
A mulher da cozinha me negou uma fruta,
Uma banana, simples, mas doeu na escuta,
Ali começou, o mundo girou,
Minha mente em colapso, tudo escureceu, parou.
[Refrão]
Ninguém entende o que é viver com dor,
Com a mente em guerra, gritando por amor,
Crises, vozes, lágrimas no chão,
E a empresa finge que não vê a aflição.
[Verso 2]
Esquizofrenia, borderline, depressão,
São nomes que carrego como cruz na mão,
Mas por dentro é um grito que ninguém quer ouvir,
No refeitório eu só quis existir.
Os olhos me julgam, cochicham ao redor,
Mas não veem a luta pra seguir sem pavor,
Quando a crise vem, não é encenação,
É o corpo implorando compaixão.
[Verso 3]
Depois das crises, tentei me levantar,
No outro dia voltei, querendo trabalhar,
Mas quando fui passar meu crachá no portão,
Negaram minha entrada, sem explicação.
Disseram meus chefes que eu não podia entrar,
Ali na portaria comecei a chorar,
Sozinha, no frio, a noite caiu,
E a dor da rejeição em mim explodiu.
Me senti um lixo humano no chão,
ExcluÃda, tratada como confusão,
Como se minha doença fosse um crime,
Como se eu fosse um perigo sublime.
Mas Deus me mostrou, no silêncio da dor,
Que o crachá não falhou — mentiram, Senhor,
Ali só estava eu e Deus, de verdade,
Na solidão, mas com fé e saudade.
[Refrão]
Ninguém entende o que é viver com dor,
Com a mente em guerra, gritando por amor,
Crises, vozes, lágrimas no chão,
E a empresa finge que não vê a aflição.
[Ponte]
Dentro da empresa, o tempo é pressão,
Mas quem cuida da mente e da emoção?
Sou ser humano, não sou máquina fria,
Só quero respeito, um pouco de empatia.
[Verso 4 – novo trecho]
Respeita quem carrega a dor na mente,
Não é frescura, é real, é urgente,
Esquizofrenia, depressão, ansiedade,
São lutas diárias, pedindo verdade.
Borderline não é drama nem teatro,
É coração ferido gritando por trato,
Ninguém escolhe sentir tanto assim,
Só quer ser visto, ouvido, ter um fim.
[Verso final]
Hoje escrevo pra deixar o recado,
Que quem sente dor não deve ser calado,
Minha mente é campo de tempestade,
Mas também tem força, fé e verdade.
[Encerramento]
E se um dia alguém ouvir minha canção,
Que lembre que por trás da farda há um coração,
Que só queria paz, um pouco de ar,
E o direito de poder desabafar.
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