[Intro] [Verso 1] Lá na estrada empoeirada, o sol raiou no sertão Tropeiro com a boiada, levando o gado no coração Sob o luar do cerrado, um gemido ecoou Uma vaca no trabalho, o bezerro pra nascer já chegou [Verso 2] Com as mãos sujas de terra, ele ajoelhou no chão Ajudou a vida brotar, no calor daquela união Mas o capataz gritou: "Sacrifique o animal!" Só que o tropeiro calado guardou o bezerro no brejal [Refrão] No lombo do cavalo, ele escondeu a verdade Um bezerro nos braços, carregando a lealdade Quando a fazenda apareceu, o patrão foi perguntar "Quem salvou essa vida?" E o sertão foi ecoar [Verso 3] O filho do capataz já se achava no poder Mas o dono da terra soube o que houve de acontecer Viu no olho do tropeiro a marca da honestidade Promoveu o homem simples, fez justiça à humildade [Verso 4] Hoje ele é gerente, cuida da terra e do gado O bezerro cresceu forte, no pasto verde e calmo E a história que era triste virou canção de esperança Quem preserva a vida, o sertão sempre alcança [Outro]