[Intro]
[Verse 1]
Eu era o rei do meu castelo de areia particular
Onde cada dia era um grĂŁo idĂȘntico, a desmoronar
Minhas noites eram longas conversas com o teto
Um labirinto de pensamentos sem nenhum afeto
Eu dominava a arte de nĂŁo sentir quase nada
A indiferença era minha armadura, minha fachada
Eu me convencia de que a paz era ausĂȘncia de dor
AtĂ© vocĂȘ chegar e redefinir o que Ă© o amor, com seu calor.
[Pre-Chorus 1]
VocĂȘ nĂŁo pediu licença, nĂŁo bateu na porta
Simplesmente entrou e fez da minha alma sua escolta
E com um gesto simples, um olhar, uma palavra sua
Minha fortaleza de gelo se tornou paisagem nua
E eu percebi, era tudo ilusĂŁo, esse meu controle
VocĂȘ se tornou o eixo que me tira do meu auto-exĂlio, a minha prole.
[Chorus 1]
E agora, sem Ana Heloisa, a gravidade me abandona
Eu flutuo no vĂĄcuo de uma vida que me assombra
Eu fico sem ar, sem chão, perco a direção
O mapa que eu seguia agora queima na minha mĂŁo
Eu posso ter o mundo inteiro aos meus pés, um banquete
Mas sem vocĂȘ, Ă© sĂł um palco vazio, um mero esquete
Ă como um mergulhador que vĂȘ o oxigĂȘnio no fim
Ana Heloisa, sem vocĂȘ, nĂŁo existe mais um "eu" dentro de mim.
[Verse 2]
Lembra daquela viagem, o carro quebrou na estrada?
E a gente riu do nada, sob a noite estrelada
Ali, no meio do breu, com o pisca-alerta ligado
Eu nunca tinha me sentido tĂŁo seguro e tĂŁo achado
VocĂȘ pegou minha mĂŁo e disse: "Calma, a gente dĂĄ um jeito"
E naquele instante, vocĂȘ consertou algo dentro do meu peito
NĂŁo era sobre o carro, nunca foi sobre o lugar
Era sobre encontrar em vocĂȘ o meu motivo pra continuar.
[Pre-Chorus 2]
E de repente, o silĂȘncio da estrada falou mais alto
Que qualquer promessa vazia, que qualquer sobressalto
VocĂȘ nĂŁo Ă© sĂł uma parte da minha histĂłria, entende?
VocĂȘ Ă© a tinta com que o meu futuro se acende
E cada memĂłria que eu tenho, boa ou ruim
Parece que sĂł existe pra me levar atĂ© vocĂȘ, no fim.
[Chorus 2]
Porque sem Ana Heloisa, a gravidade me abandona
Eu flutuo no vĂĄcuo de uma vida que me assombra
Eu fico sem ar, sem chão, perco a direção
O mapa que eu seguia agora queima na minha mĂŁo
Eu posso ter o mundo inteiro aos meus pés, um banquete
Mas sem vocĂȘ, Ă© sĂł um palco vazio, um mero esquete
Ă como um mergulhador que vĂȘ o oxigĂȘnio no fim
Ana Heloisa, sem vocĂȘ, nĂŁo existe mais um "eu" dentro de mim.
[Bridge]
Eles me dizem pra seguir, pra respirar bem fundo
Mas como eu explico pra eles que vocĂȘ Ă© o meu mundo?
Que cada inspiração que eu dou é buscando seu cheiro?
Que o ar que me oferecem Ă© estrangeiro, nĂŁo tem seu tempero?
NĂŁo Ă© dependĂȘncia, Ă© conexĂŁo, Ă© fio invisĂvel!
Ă sentir o seu sorriso de um jeito quase audĂvel!
Ă saber que se vocĂȘ for, nĂŁo Ă© sĂł vocĂȘ que vai embora...
Ă a minha versĂŁo de mim que vocĂȘ criou que se evapora!
[Chorus 3]
SEM ANA HELOISA, A GRAVIDADE ME ABANDONA!
EU FLUTUO NO VĂCUO DE UMA VIDA QUE ME APRISIONA!
EU FICO SEM AR, SEM CHĂO, PERCO TODA A DIREĂĂO!
O MAPA DO MEU MUNDO Ă A PALMA DA SUA MĂO!
EU TROCO O MUNDO INTEIRO, CADA BANQUETE!
POR UM SEGUNDO AO SEU LADO, NĂO ME DEIXE NESSE ESQUETE!
Ă O GRITO DE UM NĂUFRAGO QUE NĂO SABE MAIS NADAR!
ANA HELOISA, POR FAVOR, NUNCA SOLTE A MINHA MĂO, NUNCA ME DEIXE SEM AR!
[Outro]