Verso 1 Sentei no chão da varanda, o sol batendo na madeira, E o cheiro da terra antiga chamou minha alma inteira. Lembrei da estrada de barro, onde a chuva vira canção, E de tudo que eu perdi tentando achar meu coração. O vento passa assobiando, parece nome que não digo, As noites longas do passado ainda caminham comigo. Mas cada passo nessa trilha, mesmo torta, mesmo fria, É prova que o peito aprende quando o mundo desafia. Pré-Refrão E eu sei… Que o tempo leva, mas deixa um rastro pra voltar. Se doeu… Foi só pra ensinar que raiz nunca deixa de brotar. Refrão Eu vim de longe, mas nunca parti, Carrego a casa em tudo que vi. No som do violão, eu me reencontro enfim, História batendo forte dentro de mim. Eu vim de longe, mas nunca parti, Mesmo quebrado, escolhi prosseguir. A estrada muda o homem — mas nunca onde ele quer ir. Verso 2 Vi meu reflexo no rio, turvo igual minhas memórias, Correndo rápido demais pra segurar velhas histórias. Mas aprendi com meu velho que dor também é fundação, E que quem sangra nesse mundo vira poeta sem intenção. No bolso, um punhado de sonhos, amarrotados, mas meus, No peito, um rap sussurrado que conversa com os céus. Misturo folk com batidas, porque a vida é misturada assim: Um pouco do que já fui, um pouco do que ainda vem de mim. Ponte Se a noite pesa, eu canto — pra não calar o que vivi. Se a estrada some, eu sigo — mesmo sem mapa, eu nasci Pra transformar cicatriz no refrão que escolhi. Refrão Final Eu vim de longe, mas nunca parti, Carrego a casa em tudo que vi. No som do violão, eu me reencontro enfim, História batendo forte dentro de mim. Eu vim de longe, mas nunca parti, Mesmo quebrado, escolhi prosseguir. A estrada muda o homem — mas nunca onde ele quer ir.