Terra mãe.

8/19/2025Aria s1
Oh! Terra, mãe ferida em sangue e pranto, Que geme sob o peso da loucura, Por que o homem, que devia erguer-te em canto, Te veste em cinza, pólvora e tortura? berços soterrados, Brinquedos mortos sob a fria poeira; E um céu de fogo, sobre os destroçados, Apaga o sol com nuvem traiçoeira. Crianças! — anjos que não voam mais, Seus risos foram calados na fumaça; O pão da vida se tornou jamais, O leite puro se fez lágrima escassa. Que vale o ouro? — que valem as fronteiras, Se o preço é a flor colhida antes da aurora? Que rei se orgulha em tronos e bandeiras, Se a paz é a cor que o mundo ignora? Bendito o dia em que, ao invés de espadas, Surjam nas mãos sementes e candeias, E o pão seja repartido às madrugadas, E as almas livres cruzem mesmas veias.