A flor mimosa que abrilhanta o prado
Ao sol nascente vai pedir fulgor;
E o sol, abrindo da açucena as folhas,
DĂĄ-lhe perfumes â e nĂŁo nega amor.
Eu que nĂŁo tenho, como o sol, seus raios,
Embora sinta nesta fronte ardor,
Sempre quisera ao encetar teu ĂĄlbum
Dar-lhe perfumes â desejar-lhe amor.
Meu Deus! nas folhas deste livro puro
NĂŁo manche o pranto da inocĂȘncia o alvor,
Mas cada canto que cair dos lĂĄbios
Traga perfumes â e murmure amor.
Aqui se junte, qual num ramo santo,
Do nardo o aroma e da camélia a cor,
E possa a virgem, percorrendo as folhas,
Sorver perfumes â respirar amor.
Encontre a bela, caprichosa sempre,
Nos ternos hinos dâinfantil frescor
Entrelaçados na grinalda amiga
Doces perfumes â e celeste amor.
Talvez que diga, recordando tarde
O doce anelo do feliz cantor:
â âMeu Deus! nas folhas do meu livro dâalma
Sobram perfumes â e nĂŁo falta amor!â